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Sinais dos Tempos

Sinais dos Tempos, composta por André Pirola e interpretada por Eliane Cavalcante, nos convida a refletir sobre a eterna batalha entre o bem e o mal, revelando o poder que temos de escolher e nutrir as forças que moldam nossas vidas. Entendamos [...]

A compreensão limitada das grandes massas nos induz a crer que a vida é um sistema binário, resumindo questões complexas em respostas simples: zero ou um, sim ou não, bem ou mal, certo ou errado, ganhar ou perder, etc. Esse conceito limitado é comum na defesa de partidos políticos autointitulados de direita ou esquerda, onde cada um se vê como o certo e o outro como o errado. De forma análoga, podemos observar essa dicotomia no debate sobre o sexo, no qual desperdiçamos tempo e energia tentando sobrepujar o sexo oposto.

Somos tão limitados que resumimos o bem e o mal entre Deus e o Demônio, e, naturalmente, sempre culpamos o Demônio pelos nossos pecados (erros). Afinal, todo covarde precisa imputar sua culpa a outro.

O entendimento da verdade requer o desprendimento da "manada" de seres irracionais que não conseguem questionar os atos impensados da maioria. Essa grande massa vive na ilusão, buscando aceitação social ao repetir os mesmos erros do passado.

A verdade é que não há um Demônio causador de todo o mal na Terra. Existem espíritos essencialmente bons e ruins no plano espiritual, que, de uma forma ou outra, podem influenciar nossas decisões e ações. Contudo, não há um ser diabólico que governa todas as almas e provoca nossos erros. Assim como somos influenciados por seres vivos (encarnados), também o somos por desencarnados, porém de maneira mais sutil.

Somos seres imperfeitos: ora agimos de forma equivocada, praticando o mal, ora fazemos o bem. Infelizmente, ainda somos seletivos em nossa bondade, muitas vezes ignorando o sofrimento daqueles que não nos servem de alguma forma.

Nossos sentimentos e ações ao praticar o bem elevam nosso campo vibracional, gerando bem-estar e proteção contra os espíritos que praticam ou desejam o mal. Esses espíritos de baixa vibração não conseguem se sintonizar com aqueles comprometidos com o bem. Portanto, não basta saber o que fazer; é preciso praticar, para que o bem se torne um hábito saudável e traga o equilíbrio necessário para harmonizar todo nosso ser.

Não nos tornamos seres elevados, imunes aos erros, da noite para o dia. O processo é lento e requer muitas reencarnações até superarmos nossas imperfeições morais e evitarmos recaídas. Não devemos nos culpar pelos erros do passado; todos erramos várias vezes até acertarmos. O importante é nunca desistir de fazer o bem.

Somos espíritos imortais em desenvolvimento e aprimoramento na Terra. Nascemos, crescemos, evoluímos e resgatamos débitos do passado, retornando, então, à pátria espiritual. Repetimos esse ciclo quantas vezes forem necessárias. Por isso, devemos aproveitar ao máximo essa experiência no corpo físico, sem subterfúgios que nos afastem dos compromissos assumidos antes de nascer. O corpo físico, como limitador das memórias de vidas passadas, facilita o perdão e o amor, até mesmo por aqueles que nos causaram sofrimento. Sim, nossos algozes também precisam resgatar suas dívidas, corrigindo erros do passado e recebendo nossa compaixão, uma das facetas do amor.

"Amem-se uns aos outros. Assim como eu vos amei, é preciso que se amem também uns aos outros." — João 15:12

Esse mandamento bíblico só seria possível com a oportunidade de reparar nossos erros. Sem a reencarnação, não poderíamos corrigir uma vida ceifada. Quem vive rancoroso, buscando vingança, não encontra paz ou felicidade. Aqueles que não perdoam vivem vidas miseráveis, mesmo que tenham nascido em berço de ouro. Portanto, felizes são os homens despojados de orgulho e vaidade, simples e puros de espírito, dedicados ao amor exemplificado pelo mestre Jesus de Nazaré.

Nesse contexto, os sinais dos tempos são as mudanças em nosso íntimo, em nossa individualidade de espírito imortal, o que não depende do outro, mas de nós mesmos. Enquanto vivermos buscando "ter" ao invés de "ser", continuaremos sofrendo, buscando preencher um vazio existencial que nenhum bem material pode preencher.

Que sejamos luz na Terra, buscando o bem para vencer o mal que ainda habita em nós, até que consigamos, de fato, amar uns aos outros como Jesus nos ama, no presente!

Nova Venécia-ES, 1º de outubro de 2024.

Sigamos em paz,
Rafael Cremasco Lacerda